Nove empresas localizadas em Pernambuco foram incluídas na chamada “Lista Suja” do Trabalho Análogo à Escravidão, mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A lista, que foi atualizada na última segunda-feira (7), identifica empregadores em todo o Brasil que foram flagrados submetendo trabalhadores a condições de trabalho degradantes, violando assim os direitos humanos básicos.
Novas Inclusões em Pernambuco
Entre as nove empresas pernambucanas que integram a lista, quatro foram recentemente incluídas nesta atualização. Esses novos casos estão distribuídos em diferentes regiões do estado:
Olinda: Uma academia no bairro Jardim Atlântico foi identificada por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Paulista: Um estabelecimento situado na Rua Maria Betânia, no bairro do Janga, também foi incluído, mas sem identificação pública detalhada.
Petrolina: No Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, a fiscalização encontrou práticas abusivas relacionadas à colheita de frutas e à manipulação agrícola.
Ibimirim: Na Fazenda Bueira Torta, localizada no Sertão do estado, foram encontradas condições precárias e irregulares de trabalho, destacando a vulnerabilidade dos trabalhadores rurais na região.
Veja a lista aqui: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/areas-de-atuacao/cadastro_de_empregadores.pdf
Cenário Nacional e Setores Mais Atingidos
No cenário nacional, o MTE incluiu 176 empregadores na última atualização, e destacou que este é o maior número de inclusões desde a criação da lista. As atividades econômicas que mais contribuíram para essa inclusão foram:
Produção de carvão vegetal: 22 empregadores flagrados, dos quais 12 com florestas plantadas e 10 com florestas nativas.
Criação de bovinos: 17 casos identificados.
Extração de minerais: 14 empregadores na lista.
Cultivo de café e construção civil: Ambos os setores registraram 11 empregadores cada.
Exclusões e Compromisso com a Transparência
Ao mesmo tempo, a atualização retirou 85 empregadores que completaram o prazo de dois anos de inclusão no cadastro e cumpriram com as exigências legais de reparação e regularização. Segundo André Roston, coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo e Tráfico de Pessoas do MTE, a atualização reforça o compromisso do Ministério com a transparência e conscientização da sociedade sobre essa grave violação de direitos humanos no Brasil.
“A lista é uma ferramenta fundamental para monitorar e combater a escravidão contemporânea, garantindo que os empregadores sejam responsabilizados e que a sociedade se mantenha alerta para essas práticas que ainda persistem no país”, afirma Roston.
Impacto na Imagem e Consequências
Estar na “Lista Suja” do trabalho análogo à escravidão não é apenas um golpe na reputação das empresas envolvidas, mas também implica sanções legais e administrativas. As empresas incluídas no cadastro ficam impedidas de acessar financiamentos públicos e são alvo de restrições por parte de bancos e instituições financeiras. Além disso, o nome das empresas é divulgado amplamente, impactando sua imagem e, consequentemente, suas operações.
Imagens: MTE/divulgação