O Programa Águas de Pernambuco foi oficialmente anunciado pela governadora Raquel Lyra no dia 16 de outubro de 2024, durante evento no Centro Cultural Cais do Sertão. O programa tem como objetivo atacar o problema crônico de racionamento de água e acelerar obras de saneamento básico no estado. Com um orçamento de R$ 6,1 bilhões, o plano está dividido em quatro eixos principais: Segurança Hídrica, Abastecimento de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto e Saneamento Rural.
Investimentos por Região
Do montante total, R$ 3,9 bilhões serão investidos em água e R$ 2,2 bilhões em esgoto. O Sertão será beneficiado com R$ 1,2 bilhão, o Agreste com R$ 2 bilhões, as zonas da Mata com R$ 600 milhões, e a Região Metropolitana do Recife receberá R$ 2,3 bilhões. Esses recursos virão de diversas fontes, como o Governo Federal, operações de crédito estaduais, Compesa, e Parcerias Público-Privadas (PPP).
O Drama do Racionamento e as Soluções Propostas
Em cidades como Manari, onde a população enfrenta um racionamento severo de 28 dias sem água para apenas dois dias de abastecimento, o programa busca aliviar esse cenário. Raquel Lyra destacou a importância da água como um símbolo de dignidade e cidadania, ressaltando que mais de 1,8 milhão de pessoas em Pernambuco ainda não têm acesso à água potável, e que 70% da população não possui coleta e tratamento de esgoto.
Obras Estruturantes
O programa prevê a conclusão de obras fundamentais, como a construção de novas barragens e a conclusão de adutoras. Entre as obras principais estão a conclusão da Barragem Panelas II, as barragens de Correntes, Canhotinho e Ipanema II, e a conclusão das adutoras do Agreste e Serro Azul. Também serão realizados investimentos em dessalinizadores, especialmente no Sertão.
Uma Nova Perspectiva para o Estado
O programa busca dar um novo fôlego à gestão hídrica de Pernambuco, que sofre com o segundo pior racionamento de água do Brasil, ficando atrás apenas do Acre. Com o apoio do Governo Federal, o estado garantiu R$ 2 bilhões para a segunda fase da Adutora do Agreste, que beneficiará 68 municípios. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o estado precisaria de R$ 30 bilhões para universalizar o acesso à água e ao esgoto, mas os R$ 6,1 bilhões já representam um início promissor.