A falta de articulação entre as gestões municipais e estaduais tem prejudicado a eficiência da Região Metropolitana do Recife (RMR), formada por 14 municípios. Problemas como mobilidade, saneamento básico, habitação, segurança, saúde, e educação são questões comuns que afetam milhões de pessoas diariamente. Entretanto, a ausência de um planejamento integrado entre as esferas de poder compromete a resolução dessas demandas, deixando a população desassistida.
Um dos pontos mais críticos apontados por especialistas é a necessidade de tratar as questões da RMR sob uma ótica metropolitana, sem a qual é impossível alcançar soluções efetivas. Segundo Geraldo Marinho, consultor em planejamento urbano, “não se pode tratar uma região com problemas tão interligados sem adotar uma pauta metropolitana”. Para ele, a responsabilidade recai principalmente sobre o governo do estado, que deve promover diálogos constantes com os prefeitos e alinhar as prioridades em conjunto.
Papel Fundamental da Capital
O Recife, como capital do estado e centro mais influente da RMR, tem um papel estratégico na gestão metropolitana. A colaboração entre a capital e os outros municípios é vital para o sucesso de políticas que promovam o desenvolvimento urbano e melhorias na mobilidade. A descentralização de serviços e o estímulo à criação de moradias em áreas próximas aos polos econômicos da região são alternativas para reduzir os longos deslocamentos diários e melhorar a qualidade de vida.
Estatuto da Metrópole: Diretrizes Para a Gestão Integrada
Criado em 2015, o Estatuto da Metrópole estabelece diretrizes para a gestão e planejamento em regiões metropolitanas, garantindo que os municípios trabalhem de forma integrada em prol da população. Contudo, apesar da obrigatoriedade de um plano metropolitano, o último documento formalizado na RMR foi em 2005, apontando para uma lacuna de governança e fiscalização. O estatuto prevê que todas as regiões metropolitanas devem ter um plano de ação unificado, mas a falta de compromisso entre as esferas federal, estadual e municipal dificulta sua implementação.
Desafios e Perspectivas
O planejamento metropolitano é essencial para lidar com os desafios econômicos e estruturais da RMR, mas só será eficaz com a participação ativa de todos os entes governamentais. A mobilidade é uma das questões mais urgentes, com a necessidade de políticas que priorizem o transporte público e a circulação eficiente de pessoas. O crescimento desordenado da população e a falta de políticas habitacionais também são barreiras que precisam ser enfrentadas com uma abordagem regional e coordenada.
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